Todo mundo que começa a correr, sonha em correr a São Silvestre. Com José Ferreira, foi um pouco diferente: ele começou a correr por causa dela.
Há 10 anos, enquanto assistia a prova pela televisão, José Ferreira decidiu que, um dia, faria parte daquela multidão de corredores e testaria seus limites pelas ruas de São Paulo.
Como não tinha nenhuma orientação sobre corrida, acreditou que jogar futebol já proporcionava um bom desempenho físico e começou a treinar para a prova apenas 3 meses antes de sua realização. “Corria sem nenhuma noção, não pensava em correr 30 minutos num dia, 40 no outro. Só corria até cansar”, relembra. Como era de se esperar, a realidade foi um pouco mais difícil do que sonhava.
“Consegui terminar a prova, mas larguei muito forte. No final, cheguei me arrastando. Depois, passei duas semanas me perguntando porquê fiz aquilo”, declarou, rindo.
O primeiro passo no mundo das corridas foi arriscado, mas definitivo. Depois de terminar a São Silvestre aos trancos e barrancos, ficou sabendo de outras provas e decidiu treinar seriamente para as próximas. “Percebi que não era daquele jeito. Como a São Silvestre era a única que passava na televisão, achei que só existia ela. Mas logo no final da prova, recebi um panfleto de várias outras”.
A partir daí, José procurou uma assessoria esportiva e passou a treinar regularmente. “Eu trabalhava e treinava, corria por diversão, lazer. Depois vi que, se treinasse melhor, poderia evoluir. Os resultados demoram para aparecer, não vêm do dia para a noite.”
Mas, seis anos após começar a correr, os resultados vieram, e José Ferreira foi o primeiro colocado no Circuito das Praias, prova de 8 km em São Vicente, litoral de São Paulo. “Fiquei muito feliz, passei um mês olhando para o troféu. Não esperava ganhar, só esperava correr bem, mas tem dias em que você rende mais do que no outro. De lá para cá, peguei vários pódios”.
Os pódios deram visibilidade ao atleta que, formado em Educação Física, foi incentivado a abrir sua própria assessoria esportiva. “Eu tinha uma empresa no ramo de bebidas, mas como sofria muitos assaltos, resolvi fechá-la. Como eu já corria, decidi começar o curso de Educação Física já com a ideia de montar minha própria assessoria”.
Desde junho de 2013, José treina com seus alunos no Parque do Ibirapuera e na USP, em São Paulo, com o apoio de Biofenac. “Treinar pessoas que estão começando é muito gratificante, só por saber que através da minha orientação elas podem mudar todos os seus hábitos e influenciar outras a começarem a correr. Em menos de cinco meses, já tenho 22 alunos, isso me deixa muito otimista”, celebra.
Para quem está começando, o professor que mudou completamente sua vida assistindo uma corrida pela televisão deixa o seguinte conselho. “Sempre procure ajuda de algum profissional qualificado que possa fazer um planejamento correto de treinamento, sempre faça os exames médicos e, acima de tudo, tenha força de vontade e confiança em si mesmo”.
"Estou muito feliz com o título justamente na minha estreia no Circuito Caixa", contou Muriel Paredes, que é de Cartagena, tem 26 anos e está na terceira temporada deste ano no Brasil. Ela veio em janeiro, em maio e há duas semanas. Neste período venceu seis provas e neste domingo conquistou seu melhor resultado, superando a companheira de equipe do Quênia e as principais corredoras do Brasil. Sua especialidade são os 1.500 m, em pista, prova que foi vice-campeã no Sul-Americano, disputado em julho, em sua cidade.
A disputa na elite masculina foi ainda mais intensa do que a feminina. O grupo veio forte e quatro corredores se destacaram no oitavo quilômetro.Valdir de Oliveira forçou o ritmo e só conseguiu ultrapassar Altobeli da Silva nos últimos 500 metros para conquistar sua primeira vitória no Circuito Caixa nesta temporada. "O tubarão ataca novamente no Recife", brincou o campeão brasileiro de 2010, referindo-se ao seu apelido e não ao problema das praias da capital pernambucana.
